sexta-feira, 30 de abril de 2010

EITA VEIGONHA DANADA!!!


EITA VEIGONHA DANADA!

Quirida Cumade Du:
Eu tô aqui munto triste e inveigonhada cum a dicisão tumada pelo Supremo Tribuná de Justiça sob as lei de Anistia. Cumadi, qui coisa mai feia! Agora diga qui danou-se! Inté parece qui turturá e matá é agora garantido pur lei nessa nossa terrinha de Deus. Sabe o que os magistrá dicidiro? Qui os fleurydo, os cruzado e os pirado qui fizero tudas quelas miséra na tar ditadura ( qui nunca foi mole cum ninguém) num pode sê punido purquê hôve um acordo . Qui diacho de acordo é esse Cumadi?! Quem já viu? Tu intendesse o qui isso qué dizer? Qui Cumade Zuzu custurêra num vai tê justiça nem pra ela, nem pra nora e nem pru fio dela. Qui o minino Wladmir nunca vai dêxá de sê um suicida “suicidado”. Qui todos aqules minino e minina qui morrêrro nas mão dos gurila da manifestada da tar ditadura, num vão tê justiça.
É isso mêrmo, nois vê na televisão qui inté os carrasco nazista mais de 50 anos depoi istão sendo jurgado e condenado. Nóis viu qui aquele assassino dos sérvio o tar Karadzicks (sei não se iscreve assim) foi jurgado e cundenado. O Sadan foi inforcado cum o irmão e os fio foro matado, tudo pur fazê ruindade. Parece qui nu mundo crime é crime. Aqui virô acordo. Só se fô o acordo qui a galinha fez cum o porquim pra pruduzi ovos cum toicim ( qui os americano chama de bacon). Tu sabe né Cumadi? A galinha bota os ovo e fica viva pra ganhá dinhêro e o porquim tem qui morrê pra virá toicim. Eita acordo do Capêta!
Ô Cumadi;Tu já viu se fazê acordo cum assassino? Nem eu. Mió sê amigo de pistolêro e cumpadi de traficante. É inté mais decente ( Qui Deus mi livre!).
Linháis eu vô inté cunversá cum Padi Marcelo pá sabê dele si num vão butá ar cundicionado no inferno pra esses coitadin dus turturadô quando chegare lá. Sei não Cumadi...sei não. Eita casa de mãe Joana! Num vô iscrevê mais ôji.. Tô triste, munto triste cum minha terra. Pregunta pru lulinha se tá certo, se vai ficá assim mêrmo ô se nóis pode juntá as mulé do nosso Cumitê das Mulé de Veigonha (o CMV) pra fazê passiata nas porta desses magistrá sem alma. Se pudé nois faiz. Junto uma trôxa de rôpa, um farné de farinha, rapadura e carne de chaique e vamo de apé pra Brasilia ficá assentada na frente daquela istalta da justiça e acendê umas vela pra ela vê mió as coisa. Me avisa Cumade Du. Diz a Lulinha meu afiado qui eu vô e faço questão de ir de apé. Num vô disisti. Um chêro nim tu e no meu afiado.
Acinado: Fulôzzinha – de mulé pa mulé

segunda-feira, 26 de abril de 2010

EU TÔ VORTANO


Eu tô vortando

Cumade Du:
Oia eu aqui vortano aos pôquin ( inda tá dueno as dedinite!) e pru isso só vô iscrevê um biête pra tu.
Cumadi, eu num sei se tu tem visto as bacharia nas Ternet cum os nome de Lulinha meu afiado e ca minina Dotôra Dirminha. Aparece cada dia umas coisa má feita e ninguém sabe quem mando fazê. Tema unas tar de camiseta cum o nome dela, umas históra de Prano B e mais coisa qui inté Deus duvida.
Ô Cumadi os sujeito tão pensano qui nóis é burro. Inda tem mais aquela históra de pesquisa. Se a pesquisa mostra a Dotôra assubindo é mintira. Se mostra a Dotôra caino e o Malassombro assubino intão é verdade. Ainda mai fica aquela gataria de mandá os juiz broquear a pesquisa qundo é da Dotôra e num broquear quando é deles. AFINAR! ELES PENSA QUE OS MAGISTRÁ NUM TEM QUI FAZÊ FEITO ELES?!!!! Ara!
Mai aqui pra nóis e os povo da rua, tu num sabe mêrmo quem é qui faiz essas coisa? Só pode sê pau mandado e pagado pur eles. Eu vi aquele hômi o Alixandre da Grobo dizeno qui o chefe das coisa qui pubrica na Ternet do Cumitê do Malassombro é um discunhecido rapaiz chamado Armando Collor de Mélo e Silva. Tu cunhece Cumadi? Eu tembém não, mai acho qui já vi esse nome de famia in argun lugá do passado. Eu sube tumbém qui ele é fio de um certo ex- prisidente impichado. Pois é, as raposa veia já tão butando os raposinho novo pás campanha. Quem sabe os bichin num aprende né Cumade?
Aqui pás banda de Cacimba do Rio tem um ditado qui diz: Fio de gato é gatinho e maracajá já nasce pintadinho. Vamo pensá Cumadi, vamo!
Um xero pra tu e Oto pru meu afiadin Lulinha.
Ps: Eu num sei o qui esses pulítico tem contra buchada de bode qui eu só vejo nas calunia dos jorná falando cum pricunceito da buchada e de quem come. Vô pubricá uma receita aqui nu brogue pra insiná as mulé deles fazê uma qui preste pois acho qui as qui eles tão cumeno deve de sê munto ruim. Se eles num passasse aqui só pra inrolá os povo do nordeste eles já tinha provado essa maravia qui só a mulé daqui sabe fazê. E dá uma sustança!

domingo, 25 de abril de 2010

AMENHÃ EU VORTO


Acho que minha dedinite amiorô. Passei esses dia só tumano Tretequi e Dôfréqui e bisuntano as mão cum purmada de balse benguê ( qui sigundo meu falicido marido é o mió intéconcepçonal do mundo - num sei pur quê).
Entoce tô avisano pros qui me apressegue no brog que eu vorto amenhã e pros qui me apressegue fora do brogue eu digo: reza mais que tua reza pra me dirrubá tá fraca!
Um xêro pras minina e pros minino que gosta de Fulô!!
Pra tu Cumade Du e Lulinha meu afiado, eu mando um abraço, mai sem qpertá munto qui inda tô cum dô.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

ÓIA EU AQUI NOVAMENTE CUMADE DU!


Se alembra do que eu te disse Cumadi? Eu falei qui se teu fio, meu afiado fôsse no intêrro de gato, niversáro de boneca ou formatura de cachorro as tuca-nada iam falá de campanha. Num foi? Mai fartô eu acrescentá qui se aparicê uma figurinha de albo falano de pesquisa e dano vitóra a Dirminha eles ia potrestá. Dito e feito! E oia que a guerra nem cumeçô.
Eu sube tunbém qui os Raque derrubaro os saite do PT. É munto ódio né Cumade?
mai eu já falei qui nóis tem qui perdoá, afinar eles divia de sê agradicido pois nosso mininin tá insinano cuma se gunverna um lugá. Eles de veis de aprendê fica assim criano pobrema. Eu preguntei pra minha neta o qui ela achava, a minha neta é aquela da máquina de lavá rôpa, Tu se alembra? Aquela qui é pessicola nin Ricife! Poi tu sabe o qui ela mim disse? Uma coisa qui um pessicolo qui nem ela falô e eu achei bunito, tão bunito qui mandei ela iscrevê prêu num errá. Ela disse:
"O objetivo do invejoso é destruir o objeto invejado". ô seja, só pode sê inveja pra dá lugá a tanto ódio. Negoço sabido essa tar pessicougia.Vô-me pois inda tô cum dedinite. Um bêjo no Lulinha e na Galêga. Abraço na Dirminha. E pra tu um abraço de quebra custela Cumade Du!

P.S; òji no jorná dosTucano na calunia de Cráudio Humberto ele se apreguntava o que Marisa tava fazeno inquanto o minino Lula trabaiava nas campanha. Eu sei: ela num gastava 50 mil conto de reá só de calçola de baixo cuma fêi Dona Rosane Collor.Eita mundo piqueno furado in cima!!!!
Cumade FullÕzinha - De mulé pra mulé

quarta-feira, 14 de abril de 2010

ÔTO BIÊTE E A CARTA DE MARÍLIA GABRIELA




Oi Cumadi! Aqui é Fulô:
Ôje é só Oto biête pois ainda to cum a tar dedinite.
Cumadi, eu recibi no meu zémeio (adispois eu ixprico o que é zémeio) uma missiva que diz que é da Marilia Gabriela, aquela apresentadora de TV da Grobo.
Nessa missiva ela fala das mêrma coisa que aquela ôtra atriz a Regina Duarte. Fala qui tá com medo da inleição de Dirma pra presidenta e aquela charopada toda qui nóis já cunhece.
E eu to aqui pensano cum meus butão e meu carrité de linha : Pur que será qui essas môça num teve medo quando ilegêro Maluf ? E quando ilegêro Serra, purque num tivero medo qundo viro os hospitá púbrico tudo lotado de gente sem atidimento ô intão morreno nas fila?Quantas mulé buchuda morrêro cum os fiinho no bucho sem pudê sê atendida?
Purquê num tivero medo quando viro que o pograma de campanha do Seu Dotô Serra num foi cumprido? Poi é. E os alagado das marginá que já tem inté bolo de nivessáro?
Agora vem dizê qui tá cum medo purquê a Dotôra Dirma num surri assim fácir pra corquer um. Afinar elas qué uma Prisidenta ou uma mudêlo pra vendê pasta de ariá os dente?
Além do mai, inquanto ela presentava o Pograma Tv Mulé e dava receita de cuma pintiá os cabelo, Dotôra Dirminha tava apanhano da puliça e indo pás turtura. Inquanto Dona Regina Duarte tava na Grobo sendo namoradinha do Brasil a nora de Dona Zuzu custurêra tinha os peito arrancado nas mão dos turturadô.
É, fica munto difirce surri quando se vê tanta mardade, tanta malvadeza e tanta farta de juízo que os dotô chama de lienação. Quem inlege Maluf, Arkimin e Serra cuma gunvernadô num tem juízo nem pra iscoiê nome de buneca ô de gato novo.
É pur isso Cumade Du qui eu num acho qui a campanha vai sê farcir. Num vai sê, pur que tem munta safadeza e munta farcidade. Além do mai, papé e câimbra de televisão arguenta quarquer coisa. A benção no meu afiadin e qui meu Padim Pade Ciço potreja ele e a minina dotôra qui num surri pra puxá saco de ninguém. Um xero nin tu Cumade!

domingo, 11 de abril de 2010

FESTA NA FULORESTA




FESTA NA FULORESTA
Agora é oficiá: Serra é canidato de mêrmo! Isso foi agarantido na festa dos passarin tucano nesse finar de semana. Isso é bão, poi agora pelo meno num fica aquela cachorrada de dizê qui inté batizado de minino, intêrro de cachorro ou parto de gata que meu afiado, o Lulinha, vai é campanha ante do tempo. Nói só vai cumentá os detái amenhã poi ainda to cum dedinite.Vamo falá de tudo. Num perda!


Uma istorinha de interiô:
Foi lá na zona rurá de Bodocó que aparicêro dois pulítico fazeno campanha. Eles chegaro numa casa pa pidi água pis o calorão do sertão os dotô num aguenta.
Batêro parma e nada. Foi aí qui uviro lá no fundo da casa uma mulé gritano cum uns minino:
- Desce daí Zezinho se não tu cái!
-Fernandin! su tu inventá ôta dessa eu te mato de pau!
Eles arrudiaro e munto vaidoso fôro falá cuma a dona da casa.
Minha sinhora os seus fio tem os mêrmo nome da gente. Muito obrigado. mai quantos fio a sinhora tem?
Ela arrespondeu: trêi.
Êsse aqui é Zezin Serra pruquê é danado pra caí.
Esse ôto é fernandin Anrique pru quê é danado pa minti.
E aquêle ôto ali é Lulinha que quando se ajunta cuma prima Dirminha fai coisa que inté Deus duvida!

sábado, 10 de abril de 2010

NUN SISQUEÇA...!

HOJE DE NOITE NA TV PAGA GROBO NEVES O ÔTO GENERÁ O DA CRUIZ !!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Manda êsse minino ficá queto!

Manda êsse minino ficá queto!
Cumade Du:
Eu ainda Tô cum a tar de tendinite (que eu inté acho que divia ser era dedinite pois dói nos dedo da mão) e nem ia iscrevê , mai vi uma coisa iscrita no brogue dO Cachete que falava que o nosso mininin, teu fio e meu afiado Lulinha tinha dito qui seria munto facir ganhá a zinleição. Sei não Cumadi. Sei não! Acho qui Lulinha tinha que pensá mió.
Não qui nóis num tenha fé nos nosso cumpanhêro e principarmente na minina Dirminha, mai nói sabe qui tem qui tê cuidado. Eu se alembrei inté duma passage da Bribra Sagrada que diz que os fio da treva são mai prudente que os fio da lui.
Cumade, acho que prudença e canja de galinha num fai mal a ninguém. Puxa as zorêia dele cumade! Inté parece qui ele sisquecêu de Cuma foi feito quando ele se canidatô cum Collor e despois cum o Prefessô Dotô. Sisqueceu do que as grobo da vida inventaro dele. Entonce Cumade dê cobro a esse minino! Faça ele se alembrá do que já passô e cum que tipo de gente ele e a minina Dirma vão lutá. Nóis do Cumitê das Mulé Decente tâmo aqui pra ajudá na luta.
Vô ino Cumade, poi a minha dedinite num tá me dando sussêgo. Adispôis te iscrevo mió.
Dá uns cocorote no minino e manda ele ficá queto, despois dá um bêjo nele e na Dirminha. Um abraço nin tu Cumade!
P.S. Meu gatin o Serra caiu de novo Cumade. Eita bichin danado pra caí.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

HOJE NUM TEM CARTA... SÓ BIÊTE

Cumade Du:
Eu iscrivi munto no meu latintope e peguei a duença mai cheia de chiquêsa no mundo. Eu tô se rino de tanta aligria. Se num fôsse as dô qui tô sintindo eu gargaiava de ri. Eu tô cum tindinite. Num é lindo o nome? Já tumei dôi tretequi,um dôfrequi e dôi beseró. Amenhã vô fazê uma tar de fisoterapia ( qui eu num seio o qui é só sei qui pia qui nem pinto nôvo) e vô vortá a iscrivinhá agora no meu nôvo cantin. Aqui é mió pruquê tem um cantin pra eu falá cum quem quizé me aprissigui. Vou-mintão. A mão tá dueno e amenhã inda vô cortá lenha e torrá café pra nóis tumá. Bêjo nin tu e a benção do meu afiadin Lulinha.
Cumadi Fulô - De mulé pra mulé

P.S. esse retratin é do meu gatin o Serra. O bichin é tão lezin e lerdo das idéia qui tôda vez qui se assobe nun canto logo logo dispenca. Tadin!

ÔTA CARTA DE ROSA. A NOITE DO GENERÁ

Cumade Du:
Eu tô mandano ôta carta de Rosinha pa tú. Tu se alembra qui eu falei do pograma dos sordado generá? Iscuita só o qui Rosinha uviu.A benção no meu afiado Lulinha.Imbora o pograma sêsse do minino Geneton, eu drumi. Drumi qui assonhei.Ele qui me perdoe,mai tava tudo tão véi, tão lerdo das idéia qui eu ronquei...

A NOITE DO GENERAL
No sábado 03/04/10, assisti ao programa que foi chamado de “Dossiê Globonews” e tendo como entrevistador o Geneton Moraes. O que esperava ser uma entrevista inteligente e atrativa de uma vez que tínhamos de um lado um grande jornalista e do outro um general formado pela Escola Superior de Guerra e Ex-Ministro de Estado, não passou de um conglomerado de metáforas óbvias, sofismas e silogismos banais, em que pesem a inteligência do entrevistador e a experiência do entrevistado.
Expressões do tipo: “Nós não somos torturadores. Somos soldados em guerra.” Faziam parte do jargão do Velho General de pijamas que se não demonstravam baixo quociente intelectual pareciam fazer parte de um trabalho de auto-esquecimento do que ele é e do que realmente representa um soldado honrado em uma guerra. Parece que o velho general esqueceu que em 1964 já havia a Convenção de Genebra que reúne tratados internacionais que vão de 1864 a 1949 que iniciam a história da defesa dos direitos humanos, regulando em tempos de guerra a defesa das populações civis bem como dos soldados feridos ou aprisionados. É o uso do cachimbo que entorta a boca.
Ou seja, se a luta armada era uma guerra, deveria ter sido regulamentada por esses tratados. Mas pelo que vimos, só era guerra quando os militares “ defendiam o Brasil” atacando jornalistas, intelectuais, estudantes e guerrilheiros. Quando estes se defendiam era terrorismo. Acho que o general aplicava em vez da Convenção de Genebra a célebre frase do filósofo francês Jean Paul Sartre: “O inferno são os outros”.
Uma citação feita pelo Velho General reforça mais ainda esse maniqueísmo cego quando ele diz: ”O soldado é um cidadão no exercício cívico da violência”. Existe civismo ou civilidade para a violência? Creio que não senhor, por mais cruel que um ser humano possa ser. Hoje chamamos tal “exercício cívico” de sociopatia, que nada mais é que um embotamento mental que gera a incapacidade de ter sentimentos e a habilidade para “coisificar” o outro como se fora mero objeto. Freud, o velho sábio vienense nos traz em sua ciência psicanalítica o conceito de projeção. Ou seja, projetamos no outro aquilo que não suportamos ver em nós.
Um dos momentos “brilhantes” da entrevista foi quando o Velho General na tentativa de justificar muitos dos absurdos tentou explicar que não havia exilados nos “anos de chumbo”, pois, “exílio é quando você recebe um documento do governo” autorizando-o a sair do país. E citou para isso a história grega e romana. Ora, quem saia de um país com um documento de exilo historicamente eram os privilegiados. O imperador do Brasil, Dom Pedro II foi exilado. Era um príncipe de importante casa real européia. Tiradentes era um simples alferes: foi assassinado. Frei Caneca era um simples pároco. Também foi assassinado. O único documento que o governo dá para se sair do país chama-se : pas-sa-por-te. Até mesmo estes, em regimes de exceção são confiscados ou utilizando-me de metáforas que me parecem familiares ao Velho General: “rigorosamente controlados para o bem dos cidadãos”.
Os exilados da “gloriosa” e seus afins, como bem disse o entrevistado, eram fugitivos. Mas por que alguém foge, deixa sua família, seus velhos pais e seus amigos sem uma razão de ser? É que entre o ser “exilado” e o ser “fugitivo” tem outro adjetivo de enorme importância: perseguido. E esse adjetivo a aquela época era derivado de um verbo: perseguir. E para ser perseguido, no dizer do Velho General era preciso ser “antisistêmico”, termo mais “higiênico” do que subversivo. Esse mais usado pela “gentalha” comum ou soldados de baixa patente.
O entrevistado me fez lembrar os eufemismos da “Santa” Inquisição: “Deus não quer a morte do pecador, mas a do pecado”.
As regras dos tribunais inquisitoriais eram bastante parecidas com as regras dos tribunais militares dos “anos de chumbo”. A única diferença é que a Igreja Católica conseguiu num ato pessoal e de extrema humildade do Papa João Paulo II admitir seus erros e mais ainda, pedir perdão. O avião desse Sumo Pontífice passou a chamar-se Galileu Galilei. E como esse genial senhor sabia que não se peca somente por atos, mas por “palavras, atos e omissões”, humildemente pediu desculpas a Comunidade Judaica pela omissão da Igreja durante o nazismo.
Alguém se lembra de Zuzu Angel ter recebido um pedido de perdão? Ou será que temos algum avião,tanque ou navio com (Não precisa ser o nosso air force one) com o nome de Lamarca, Gregório Bezerra ou Miguel Arraes de Alencar? Não me lembro. A humildade é uma das maiores, senão a maior virtude humana.
Falando sobre o “combate as ações antisistêmicas”, vulgo tortura, o entrevistado disse que era uma “mancha microscópica”. Mas uma mancha é sempre uma mancha, não importa que tamanho tenha. O que seria de um dólmã militar com “apenas uma mancha microscópica”. Seria passível de punição o soldado que o portasse? Além do mais senhor, um crime não se avalia pela quantidade de vítimas mas pela intenção. Daí a grande diferença entre atos dolosos e atos culposos. Se um e, apenas um “antisistêmico” houvesse perecido ( e sabemos que não foi apenas um) por práticas de combate, já seria demais para uma pátria mãe, de uma vez que é sina das mães protegerem os filhos e até puni-los brandamente e com o devido cuidado, não matá-los. Isto sem falar que o mandamento sagrado é escrito no imperativo: Não matarás!
“A sociedade veio pedir às forças armadas que fizessem a revolução de 64”, disse o entrevistado. Eu tinha sete anos e não me lembro desse pedido. E olhe que eu tenho excelente memória! Mas há coisas que eu me lembro muito bem: lembro da minha escola ser fechada, pois era do Movimento de Cultura Popular. Lá eu fui muito bem alfabetizada como se pode perceber nos meus escritos. Lembro dos meus professores fugindo ou sumindo (bando de paranóicos! Fugir por que? se não havia razão). Lembro do meu velho pai ainda jovem e filho de um desembargador, arriscando a vida para ajudar amigos ou seus filhos a fugirem e algumas vezes oferecer nossa casa como refúgio. Lembro do meu dentista o Doutor Valteir que tinha uma enorme paciência com a minha condição de filha única e mimada. Lembro da tristeza de ver meu governador sair prisioneiro e algemado do Palácio do Campo das Princesas. E isso sem falar do ilustre grupo do Mestre Paulo Freire que saiu do Brasil disfarçado de freira, graças a conivência de um grande “antisistêmico” de alta periculosidade chamado Dom Hélder Câmara e de um certo Padre Marcelo Santos de quem tenho muito orgulho de ter sido esposa, em que pese a diferença de idade e a grandeza do intelecto dele. Lembro de pais e mães chorando na minha casa lá no bairro do Barro, onde conheci Pelópidas Silveira. É, crianças são cruéis. E são mais cruéis ainda quando tem boa memória. E o pior, elas crescem.
Por fim a pérola da noite: “O Regime Militar salvou o Brasil de se tornar uma república criminosa e assassina”. Será mesmo?! Há um adágio popular que diz: Deve-se ter muito cuidado quando se vai combater monstros, pois corre-se o risco de nos tornarmos piores que eles.
Em sua arrogância os senhores se arvoraram pensadores do povo. Obrigada! Não admito que pensem por mim!
Será que tudo isso não foi uma Vitória de Pirro? Será que como o general histórico, o “Regime” não empolgou-se tanto com o gosto de sangue que quando conseguiu parar só havia cadáveres ao seu redor?
O senhor diz que “a vitória foi nossa”. Perdoe-me general, mas a vitória foi nossa; de todos os “antisistêmicos e seus descendentes; dos torturados, das mulheres violentadas e dos cadáveres dos seus bebês brutalmente assassinados. A vitória foi de cada “Tancredo”, de cada “Doutor Ulisses” e de cada um que se indignou com as “táticas” usadas. A vitória foi de cada um de nós que ama esse país e que o constrói todos os dias com trabalho,honra e dignidade. Faço minhas as palavras do Condor Baiano , o poeta Castro Alves:
“Auriverde pendão da minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balança.
Estandarte que a luz do sol encerra
Nas promessas divinas da esperança.
Antes te houvessem rôto na batalha
Que servires a um povo de mortalha.”
Durmam bem Wladmir Herzog, Lamarca, Stuart e Zuzu Angel e todos os outros! Vocês estão envoltos em uma linda mortalha verde e amarela. Bons sonhos. Naquele sábado do programa, perdoe-me Geneton, mas eu devia ter ido dormir.
ROSA - A DE LUXEMBURGO

FILIZ PÁSCUA!

Filiz Pascoa! Cumade Du:
Eu to aqui se rindo de filicidade e aresorvi iscrevê pra tu para mode tu tumbém ficá filiz. Eu fui pa missa hoje e foi a missa da resurreção de Jesus. Acho que num foi só ele qui ressucitô a vivê de novo, mai nosso Brasil tumbém.
Tu deve de tá pensano: Oxênte! Cumade Fulô deve de tá misturano as coisa no juízo! O que será que ela deve de tá maginano? Vou ispricá. Vô te falá de Incunumia. Não, Cumade! Num é de guardá dinhêro no bule nem no cochão de capim qui nóis dorme, não. É uma ciença, uma sabiduria qui se istuda na farcudade.
Cuma eu dixe, fui pra missa e quando cheguei fui tumá meu café. Me assentei na frente da televisão cum a xica na mão e um taquin de tapioca. Cumade, cumeçô um pograma chamado Conta Corrente ( que eu num sei pruquê tem esse nome já qui num tinha nem númoro nem conta nem ninguém correnno) e que falava da nova crasse média. E tu sabe quem era essa tar de crasse média? Eles diz qui era a mistuura das crasses C e D. mai num era crasse da iscola de Sinhá Iaiá não.Era crasse sociá. Era gente que nem nós Cumade!
Foi antão que eu peguei meu taquin de lápi (aquele que eu boto preso nas orêia) e iscrevi tudin pra eu num si isquecê quando fô falá cas mulé lá no nosso Cumitê de canidatura da menina Dirminha. Mai dêxa eu te dizê!
Imbora eu nun goste dessa tar de Rêde Grobo e da Grobo Neves pelo fato delas ficá falano mar do meu afiado e teu fio o Lulinha, dessa vês eles tivero a corage de falá a verdade verdadêra. E sabe do que eles falaro? Das coisa que teu fio anda fazeno!! E pur incrive que pareça só coisa boa. Nem metêro o pau nem mintiro, nem inventaro.
Cumade, eu quase que se ingasgo cum meu taquim de tapioca! Não que num achasse que era assim. Eu qui sei cuma meu dinherin miorô. Inté caderneta de pôrpança eu tenho!
Mai dêxa eu te contá. Tô chei de númoro pra te dizê. Presta tenção.
Vô até imitá teu minino e dizê: “Nunca anti na históra desse país...”. Pois é: vamo lá.
O Brasil nos úrtimo cinco anos cresceu 14% e o nordeste cresceu 17%. Tu já viu isso antes Cumade? Eu aqui do arto da sabedoria dos meu 94 ano nunca vi!
Tu sabia que nos úrtimo cinco ano aumentô quaje 18% o uso de prefume e daquelas coisa que as muié usa pra se pintá e ficá bunita? E eu se alembro Cumade que nóis pintava a boca e as buchecha cum fôia de papé carbono incarnado pruqê num tinha dinhêro pra comprá esse negóço que eles chama de cosmeto. Cosmeto é baton, pó de passá na cara e aqueles creme qui as muié besunta na cara. Tem tumbém água de chêro e zodorante. Tá todo mundo comprano Avon e otras coisas! E nóis usava nos cabelo banha de côco e nos suvaco limão pra nun tê catinga. Aí tu deve de tá pensano: Fulô deve de tá doida! Que é que água de chêro e baton tem de vê cum meu fio Lulinha e o guvêrno dele? E u te arespondo; Tudo. Se as muié que são as maió incunumística dessa terra tão gastano mais cum isso é pruquê tem mais dinhêro. Afinar mulé sera nun gasta demai nem fica chei de dívida né Cumade? Mai dêxa eu cuntinuá.
Cumade, o cunsumo de eleto ( aquelas coisa que antes só mulé rica pudia comprá cuma geladêra, televisão, aquele negoço que cunzinha sem fogo que chama micruonda e tumbém máquina de lavá rôpa) aumentô de 53 mil pra 302 mil. E nos úrtimo cinco ano! Quando tu viu isso Cumade? Eu se alembro que quano chegô a geladêra da casa do Coroné João de Barro, nóis fez inté fila de dobrá as isquina pra entrá na casa dele pra vê a bichinha. E era linda Cumade! Inté paricia uma casinha alumiada cum os quartin pra guardá as coisa sem se istragá. E água geladinha! Paricia de quartinha, só qui mai fria.
Eu fui uma vêi no Ricife na casa da minha neta, aquela que trabaia in pessi... É qui nem aquelas bibida preta qui os americano gosta - pessicola; médica de juízo dos zôto. Eu nem criditêi quando vi ela butano as rôpa nun negoço branco e jogou uns pozin dento. Ela disse qui era máquina de lavá rôpa. Eu juro Cumade! Eu duvidei da bichinha. Pensei qui ela tava jogano as rôpa fora, na lata do lixo. Olhei pur dento da giringonça e nem tinha um rio pu perto, num tinha péda e quando terminô os baruio a rôpa saiu limpinha e cherosa. Foi qundo eu vi uma máquina de lavá. A gente nunca viu essas coisa! Pur isso que as mulé de hoje é tudo nova, bunita e prefumosa. Num tem que batê rôpa na péda na bêra do rio cum um só de lascá no cucuruto! Ô mulés sabidas essas de hoje!
Tem mai Cumade, tem mai. Só nesse 2010 60% da crasse C comprô casa Cumade! A Caxa Inconômica imprestô 2.87 bilhão pra os povo cumprá suas casinha Cumade.O sonho mais assonhado pelo pobe: a casa propa. Nunca ante na históra desse pais se fez tanto!
A venda de célulá e de cumputadô armentô de 4 milhão pra 12 milhão só nesses úrtimo 5 ano. Dessas venda toda 30% pur ano armentô e cresceu na Ternet. Ternet tu sabe né? É um tar de rêde que num é de drumi. Ela ajunta gente do mundo todo cunvessano e vendo coisa naquelas maquininha que chama de cumputadô. Parece coisa do Capêta,mais é de Deus viu Cumade? Inté falá os bichin fala cum nóis. Na hora que a gente tá veno o ôto, êle pode até tá la no ôco do mundo qui nóis fala e vê na mêrma hora, no mêrmo minuto. E nóis qui isperava trinta dia pra uma missiva chegá de Ricife pra Caeté! Era assim que nois sabia nutiça dos fio e dos marido qui ia trabaiá no Ricife. Se fosse pra Sumpaulo intão, diga qui danôsse! Nois fazia inté premessa pra pudê se vê de novo. Falá nos talufone intão...vixe! Inté pruquê ninguém tinha. Nem mêrmo os coroné mai rico que tinha casa na cidade.
Pu falá nim falá: inté eu cunsegui cumpra um celulá. É tão bunitin Cumade! O bichin se acende todo quando chama nóis pa dizê que quere falá cum a gente, e toca musga. E nóis fala cum os parente in Sumpaulo qui parece qui tá parede meia cum a casa da gente! Despoi eu mando o numo do celulá pra tu. Assim qui eu aprendê, Cumade.
Pois é Cumade, quem falô essas coisa toda foi um hômi chamado Marcelo Nery de uma tar de FêGêVê que diz qui é pesquisadô. Mai Cumade, ele dixe tanta coisa bunita do guvêrno do meu afiado que eu inté pensei qui ele era cabo elitorá do bichin e da Dirminha. Pense numa finêza de cabo inleitorá! Eita hômi sabido!
E qui mar lhe pregunte: Quem tava nos guvêrno nos úrtimo cinco ano? Nosso mininnin Cumade. Teu fio e meu afiado Lulinha. Pur isso qui tem aquêles qui tem inveja dele. Dos militá inté o doto prefessô. Passaro tantos ano guvernano e nun fizero nem mei quarto do qui ele fêz.
E oi Cumade qui eu inté gosto muito de prefessô e de militá.Militá eu gosto de São Joge, São Sivirino do Ramo e Santo Ispedito. Prefessô intão nem se fala. Se num fosse eles eu tava inté hoje narfabeta, inguinorante.
Vô terminano pur aqui Cumade que eu vô fazê as conta da pôrpança pois eu tô inté pensano in comprá um latintope pru nosso Cumitê e pra eu iscrevê pra tu, Cumade. Despoi te isprico o qué o bichin. Parece uma tapioquinha preta qui abre e fecha cheia de letrinha dento e nóis usa pra iscrevê e falá na Ternet. Dispois te isprico mió pois vô terminá de fazê o armôço. Um bêjo nin tu e a bença pro meu afiado. Dá um chêro na mulé dêle, a galega e se tu vê Dirminha diz pra ela qui nóis tá aqui nu pé da cunveça, arrumano o Cumitê pra ela sê prisidenta desse nosso torrão. Inté!
Cumade Fulôzinha – de mulé pra mulé
P.S. esse aí em cima é o retratin do Latintope. Lindin, não?

O que o Brasil pode ensinar aos americanos


Cumadi Du: Eu tô mandano pra tu uma carta iscrivinhada pur Rosinha. Tu me fai um favô de amostrá pra Lulinha. Brigado,viu!


O que o Brasil pode ensinar aos americanos
Achei muito importante a decisão tomada pelo presidente Obama a respeito dos serviços de saúde para as pessoas que não podem custear os caríssimos planos de saúde que fazem farra no bolso dos abonados filhos do Tio Sam.
Para meu espanto, dois dias após vi no noticiário que dezessete estados americanos posicionaram-se contra essa medida. Para o meu espanto sim, pois, como profissional de saúde mental que sou, me impressionou o descaso com que são tratados os “outros” irmãos americanos, aqueles que nada podem.
Os que não podem. O calo inflamado no pé dos governantes e dos poderosos, cujo ego como o Édipo da tragédia grega é cego para não ver suas mazelas e, principalmente não ver o que causou ao outro. Será que é só isso? A grande nação americana constitui-se apenas nisso? Historicamente parece que sim.
A América tem uma grande história de heróis, mas principalmente uma história maior ainda de vítimas. Vítimas inocentes ainda clamam por justiça, ao menos histórica, nos campos onde pastavam os grandes bisões.
As grandes nações indígenas foram dizimadas e as que não foram duvidamos à vezes se não teria sido melhor a extinção, pois vemos seus descendentes relegados a reservas onde a sua cultura e sua língua morre de inanição.
Os africanos também regaram seus campos com o sangue dos filhos da grande mãe África. De reis e rainhas passaram a vítimas de sociedades constituídas de infantes psíquicos que criaram um aparthaid legalizando o crime como instituição legal e até mesmo heróica, quando se tratava de impedir o acesso dos negros a uma universidade ou até mesmo a um banco de transporte urbano. Uma “coisa” chamada Klu klux Klan que ainda hoje “coisifica” seres humanos e cidadãos pelo simples fato de terem pele negra.
Será preciso outra guerra da secessão para fazer essas pessoas crescerem emocionalmente? Até quando o americano bem sucedido vai ter como maior preocupação a nova versão de sua maquininha de chupar pirulitos?
Claro que no meio de toda essa arrogância do “estamos na América” existem mentes brilhantes que todos os dias saem de casa preocupados em fazer um mundo melhor. Grandes humanistas, cientistas e políticos que a despeito da Era Bush, não achavam que tinham que poluir o mundo contanto que não faltasse gasolina no carro nem hambúrgueres em sua fast-food favorita. Aí surge Obama. Político, negro de nome árabe e o que é melhor, normal: casado com uma mulher inteligente que sabe ser elegante com ou sem um Dior sobre a pele. Mãe de duas lindas crianças. O “cara”- the Guy.
Mas afinal o que o Brasil pode ensinar aos americanos? Podemos começar falando da boa mistura que fizemos e produzimos a mulata. Podemos falar da caipirinha e da feijoada, dupla imbatível da nossa gastronomia. Carnaval nem pensar afinal uma nação em sua maioria luterana não se agrada muito das nossas malemolentes mulheres e moçoilas sacerdotisas de momo. Isso tudo faz parte de clichês que se fizeram conhecidos pelo mundo afora muitas vezes de forma negativa. Ninguém fala da nossa solidariedade, do nosso carinho com estrangeiros, da nossa alegria. Mas como disse o compositor: “A dor da gente não sai no jornal”. Nem as nossas qualidades.
Mas eis que surge alguém lá no cantinho do Brasil que se preocupa e cria uma instituição que se preocupa com a saúde e a aposentadoria de um povo: um “cara”.
Depois outro cara descobre que trabalhador tem direitos e cria-se uma legislação trabalhista que embora precise de ajustes, funciona. E passados alguns anos surgem os sindicatos, e o resto é história.
No meio dos nossos equívocos nacionais, saído de uma terra de quatro estações – seca, poeira calor e mormaço – nasce um menino que sonha. Sua mãe, uma mulher analfabeta, forte e incisiva como a Chapada do Araripe, dá o melhor de si para que o menino cresça. Mas como? Crescendo entre o quipá e o cardeiro, comendo um dia sim e oito não, o menino cresce com a força e a coragem de uma palma espinhosa que embora com sede fincado na terra árida, ainda consegue florir. Eita menino danado!
Mas se o nordeste é o filho rejeitado do Brasil, Pernambuco era o bastardo do nordeste. Criamos a instituição do pau-de-arara. Linhas diretas com a fome e a miséria. Linhas diretas para o grande eldorado do “ sul maravilha”. Linhas diretas para a criação das primeiras favelas.
E o menino teimando. Até que um dia, o menino vira homem e o homem vira lenda. Era tão bom que houvesse uma Dona Lindu em cada canto do Nordeste!
O menino hoje é “o cara”. Príncipes, reis e políticos podem ouvir as idéias que antes eram apenas o sonho de um operário viajante de pau-de-arara. Até mesmo a Grande Nação Americana quer ouvir o que ele tem pra dizer e melhor, dizer na ONU.
“Houston, temos um problema”. E dessa vez não foi a águia que não pousou. É que depois de um bad boy das Alagoas, veio um Doutor em sociologia. Mas como dizem uns cruéis antropólogos que conheço; os sociólogos pensam, os antropólogos vão lá e fazem. Pois é, vai ver o menino danado virou antropólogo. Mas Dona Lindu ia até achar graça desse negócio que ela nem sabia o que é. Eita menino danado!
Analfabeto?! Mas o que danado ele tanto diz que traz gente dos quatro cantos do mundo só pra ouvir? Se Dona Lindu visse... Ia morrer de alegria.
Hoje Pernambuco é um canteiro de obras e de esperanças. Vem gente de todo lugar pra esse novo eldorado que se antes era chamado de fim do mundo hoje é o começo, principalmente o começo de uma nova era. Caetés entrou para história.
E aí Obama! O menino não virou mesmo “o cara”? O menino faminto, agora é amigo de Obama e dos príncipes do petróleo. Ele teimou. Mas e o que os grandões do sul e do sudeste falam dele é verdade? Sei não. Só sei que eles são sociólogos nunca vieram olhar. Além do mais todo menino sabe o que é ter inveja e conhece invejoso pela poeira dos pés. Dona Lindu tá “se” rindo. Lá no céu. E ele na terra é amigo do Obama , o cara.
Que nada Obama. O cara – the Guy – és tu. Ele é nosso e é um “cabra”. Um grande “cabra da peste”. Boa noite Dona Lindu! “Inté” Cumade Fulôzinha. Amanhã “nóis cunversa” mais.
Rosa - A de Luxemburgo

CUMADI DU


Cumade Du:
Oi a eu aqui travêis iscrevendo pra tu, Cumade. Tu nem vai criditar no que eu vou te dizê. Tu se alembra daquela minina que era só de istudar ? Cumade! Ela hoje é dotôra. E mais pió, eu sube lá pa perto de Cacimba do Rio que ela virou uma tar de menistra. Ói Cumade, eu num sei o que é isso direito não mas deve de ser uma coisa grande, purquê eu só vejo é os hôme grande, os impresaro e os pulitico tudo chei de rapapé pro lado dela. Menininha tinhosa aquela ! derna de piquinininha já batia o pé e mandava nos hôme.
Craro que tumbém tem aqueles que num bate muito bem cum ela. Mai vô te dizê o que tenho visto. Qué sabê? Tu sabe que num sô de inventar né? Eu acho (aqui pra nóis e os povo da rua)que eles tem é inveja dela. Sem falá nessas coisa qui chamam de maxirmo – aqueles home que tão custumado a num respeitá mulé letrada e cumpetente . É isso Cumade, pode crê Cuma tem Deus no céu.
Já inventaro que Ela era terrurista, que matava os povo assim de graça sem nem piscá os óio. O pió Cumade Du, é que mulé quando tá naquela casa dos brigbrode amostrando as parte e se infegrando nos home, é chamada de guerreira. Mais mulé que na tar Ditadura (continuo dizeno que num tem ditamole) pegou nas arma pra defender o Brasil é terrurista. Sei não! Inté me dá agunia no juízo! Guerrêra sou eu mais tu que labutamo na vida pra criá os fio pra sê descente. Gurrêra era aquelas minina letrada das facudade que dêxava o bem bom pra ir apanhá dos sordado só pra gente hoje pudê cumer mió, tê iscola e livro pros minino.
Quantas minina daquela num foi abusada e teve suas partes amostrada e machucada por sordado daqueles da tarzinha de Ditadura ( ô mulezinha safada e danada de marvada !). Fora as menina que morrero nas mão daqueles Judas Carioca que de tão ruim parecia o Capeta . Dize que inté matá mulé prenha com os fiinho no bucho eles mataro Cumade. Ô coisa triste! Paricicia que tinha chegado o Pocalipe da santa Briba. Era irmão contra irmão, pai contra fio e amigo traindo amigo. Tudo pur causo de uma mulezinha safada e farsa cuma aquela tar Ditadura. Mai dêxa eu vortar ponde eu tava.
Cumade, vortano as vaca fria eu vô te dizê: Aquela minina que eu dixe que era dotôra; a fia de Seu Pedo Russefe e da dona Jane, a Dirminha, ela é a menistra. Menina danada de tinhosa. Ela dêxou os conforto de casa e foi lutá cum os sordado pra gente tê o direito de sê livre, de pudê votá in quem nós quisesse. A bichinha foi presa e turturada, matratada , espizinhada e tudo, mai num desistiu. Lutou tanto que cunseguiu.
Cumade, eu agora é que sube que ela é colega de trabaio do teu minino! E o mió, ela é qui vai ficá nu lugá dele.Se Deus primitir! Cum a ajuda de Nosso Sinhô e os votos das mulé séra e sabida que nem nóis ela vai sê prisidenta desse nosso torrãozinho chamado Brasil
Sabe o que é Cumade eu to te iscreveno pra dizê que já to arrumando umas amiga que vai votá nela. Tudo mulé de palava qui num se dêxa inganá pelas mintira que ele tão contano e nem troca seu voto pru têia, mucambo ou dinheiro. Eujá falei cum Cumade Tonha, Cumade Zéfa, Cumade Maria Pezão e as mulé toda que nóis cunhece. Elas dero a palava. Vão votá mêrmo! Afinar, tem que cuntinuá os pograma de bôrsa famia , os cuidado cum os véio que nem nóis e cas criança do bôrsa iscola. Além do mai tu sabe que naqueles tempo que tu vivia aqui in Caeté nós nunca viu um véio que vivia no eito da inxada se apusentá. Hoje, todo mêi eu vô cum a veiarada lá no Banco do Brasi buscá meu dinhêrin sagrado dos ano que labutei e inda labuto. Despoi nói vai na farmaça do seu Antonho e compra os remédio bem baratin que o guvêrno manda, quando num arecebe de graça no posto onde trabaia Cumade Lurdinha.
Temo que lutá Cumade! Falei tumbém cum os home daqui. Chamei Pedo Dentada, Zé de Pêu, Lombo Prêto e João da Foice pra ir de casa in casa pra falá sobre a minina Dirminha. Nois vai cunsegui Cumade. Diz aí pro Lulinha que qui num se apreacupe nois tá aqui pru qui dé e vinhé.Se aquelas minina tudo bunita e letrada fôro se sacrificá pur nóis naquele negóço de luta armada nois veio tumbém pode ir , só que dessa vêis armado de sabiduria e de voto pra derrubá aquele ôto cum cara de chupacabra e modo de vampiro.
Pois é Cumade; vô indo que tem munto o que fazê. Vou na casa de Cumade Nanô partêra, pra ela chamá todas as mulé e os home que tem fé nas carça que veste pra gente fazê um Cumitê cum um retrato bem bunito da Dirminha e uma praca na frente iscrito assim: Aqui só entra home qui tem fé nas carça e mulé que honra a saia qui veste.
Inté Cumade! Dá um abraço no teu minino e se tu pudé diz pra menina que num se apoquente que o qui ela luto pur nóis nois vai lutá pur ela . Que ela vai sê a primêra mulé a sê presidenta do Brasil, pra nosso orguio de mulé e disispêro desses macho incumpetente qui num sabe nem arrumar as gavêta de cueca, quanto mai uma casa do tamanho do Brasil. Bêjo nin tu e no meu afiado.

QUIRIDA CUMADI DU:

Quirida Cumade Du:
Eu to escrevendo pra dizer a tu que vai tê um pograma numa dessas TV paga (Cuma se as ôtra fosse de graça!) falando de uns home daqueles tempo que teu minino andava nos sindicato lá do ABC. É uns sordado estrelado, uns tar de generá . Pelo que eu vi vai sê muito ingraçado.Eu já se ri foi munto! Tu magina aqueles sordado estrelado dizendo que nada daquelas coisa foi verdade que na tar ditadura (Cuma se tivesse ditamole ! Eu hein!) ninguém apanhou, ninguém morreu e o pior aquelas mãe que inté hoje tá prucurando os fio que sumiru sem dêxá rasto é tudo doida. Deve de tar com a mulesta do cachorro!
E oi que o home inda pregunta : “Seu pai foi preso?” Seu irmão foi preso? Pior ainda Cumade: quando o rapaiz responde que foi ele, diz que é pruquê êle mereceu. Tais veno! Logo tu Cumade que tava duente quando teu minino foi preso. Tu que é e sempre foi mulé sera e dicidida que nunca têve duas palava, sê chamada de mintirosa! Ou então dizê que se teu fio foi preso é pruquê ele amereceu. Sei não Cumade! Só sendo doido ou intão muito ruim.
Sabe de uma coisa Cumade? Eu acho que esse véio sordado tão é inventando coisa ou intão deve de tá cum aquela duença que tem um nome de alumão : um tar de Zé Raime. Diz que as pessoa que tem essa duença se isquece de tudo o que faz. Só farta dizê qui num era ele que tava lá. Além do mais Cumade Du, dize tumbém que muitos desses duente fica tudo raivoso, de cara feia, fica inté brabo. Entonce eu acho que aqueles dois minino, os sordado estrelado já nascêro cum esse Zé Raime. É que derna de novinho eles já era assim. Mai vamo vê o que eles tem pra dizê. Afinar nois num é cuma eles que num dêxava ninguém falá das coisa que eles num queria ou num dava valô. Nois num é paricido cum eles em nada né Cumade? Nois pode inté sê bronco mas derna de piqueno nois sabe que os ôto tem direito de falá.
Num perda, viu Cumade! Quem faiz as pregunta é aquêle minino cunterrano nosso o Geneton. Vai sê sábo agora , sábo de aleluia (graças a Deus que é sumana santa, pois isso deve de sê coisa do Capêta). Vamo vê Cumade! E avisa aí praqueles minino que êlis diz que é cumunista (eu sei que eles tudo é direito e arfabetizado e inté tumaro vacina) só puquê iscreve um tar de brog dizeno coisa que eles ainda hoje tão pensano que num se pode dizê. Sei não Cumade! Nois tem é que tê pena, pur conta do Zé Raime. Um abraço pra tu e pru teu minino!
Cumade Fulôzinha – de mulé pra mulé.
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